Portugal prepara expulsão de 18 mil imigrantes, incluindo brasileiros, do país
Governo interino intensifica notificações a imigrantes irregulares enquanto se prepara para eleições antecipadas. Expectativa é de que aumento significativo nas notificações ocorra nas próximas semanas devido a pendências no sistema de imigração.
Governo Interino de Portugal notificará cerca de 18 mil estrangeiros vivendo no país sem autorização legal.
O anúncio foi feito pelo ministro da Presidência, António Leitão Amaro, em 3 de março. O governo começará a emitir notificações solicitando que esses imigrantes deixem voluntariamente o país.
A expectativa é de que 4.500 notificações sejam enviadas nesta semana, com prazo de 20 dias para a saída voluntária. Amaro alertou que quem não obedecer terá que sair coercivamente.
O ministro também estimou que o número de notificações aumentará, devido a uma fila de 110 mil pedidos de residência pendentes.
Mais de dois terços dos notificações são para cidadãos da Índia, Paquistão, Bangladesh, Nepal e Butão.
As notificações ocorrem às vésperas das eleições legislativas antecipadas, marcadas para 18 de maio.
A crise política e a queda do governo se devem a um escândalo envolvendo um escritório de advocacia ligado ao ex-primeiro-ministro Luís Montenegro, do Partido Social Democrata. O escândalo levantou questões de conflito de interesse. Montenegro convocou eleições antecipadas após perder um voto de confiança.
Os partidos da oposição, como socialistas e Chega, uniram forças e derrubaram o governo, controlando 128 cadeiras no Parlamento. Desde a Revolução dos Cravos em 1974, Portugal não enfrentava uma instabilidade política tão alta.