Portugal vai expulsar milhares de imigrantes, incluindo brasileiros, às vésperas de eleição

Governo de Portugal notificará 18 mil imigrantes para deixarem o país a partir desta semana.

Os primeiros 4.574 imigrantes serão avisados nos próximos dias pela Agência para a Integração, Migrações e Asilo (Aima), com um prazo de 20 dias para saída voluntária.

A medida visa imigrantes em situação irregular que tiveram seus pedidos de visto negados. Aqueles que não cumprirem o prazo poderão ser detidos e deportados.

A ação é anunciada a poucos dias das eleições gerais antecipadas, programadas para 18 de maio, e no início da campanha eleitoral.

O governo de centro-direita, liderado pelo Partido Social Democrata (PSD), enfrenta críticas da oposição e de associações de imigrantes, que alegam que a medida desvia o foco das eleições e busca apoio da extrema direita.

O consulado e a embaixada brasileira estão exigindo explicações sobre a inclusão de brasileiros na lista de notificados, considerando que há mais de 110 mil pedidos de regularização em análise.

O premiê Luís Montenegro criticou o partido de extrema direita Chega, enquanto o líder do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, minimizou o impacto da notificação, enfatizando a baixa porcentagem de imigrantes ilegais.

Denúncias de xenofobia aumentaram 142% nos últimos anos, afetando particularmente os imigrantes brasileiros, que somam cerca de 550 mil em Portugal.

A Aima não respondeu a pedidos de comentário, assim como o governo português.

Os problemas no sistema de regularização têm mantido os imigrantes em situação precária, com atrasos que podem levar meses ou anos na análise de pedidos de autorização e títulos de residência.

Histórico de medidas temporárias e tentativas de criar soluções como o "visto CPLP" falharam em fornecer estabilidade para os imigrantes, que continuam enfrentando dificuldades em sua regularização.