Powell sob pressão: Trump pode demitir o presidente do Fed? Veja o que se sabe

Em meio a críticas ao presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, Donald Trump sinaliza interesse em sua demissão.

Na quinta-feira (17), Trump declarou que pode remover Powell "rapidamente" e mencionou em sua rede social que a demissão "já passou da hora". As críticas foram desencadeadas após Powell reafirmar a autonomia do Fed e chamar atenção para os efeitos inflacionários das tarifas impostas pelo presidente.

A situação surge em um contexto de _desaceleração econômica_ provocada por essas tarifas, que aumentaram o custo de vida em cerca de US$ 4.900 por domicílio, segundo a Yale Budget Lab. Powell alerta que cortar juros agora poderia intensificar a inflação, já acima da meta de 2%.

Trump, por outro lado, vê juros elevados como um obstáculo ao crescimento e acusou Powell de agir politicamente. Powell defende que não renunciará mesmo sob pressão e salienta que a independência do Fed é uma questão legal.

O mandato de Powell no Fed termina em maio de 2026, embora possa permanecer no Conselho até 2028. Sua demissão só poderia ocorrer "por justa causa", uma expressão que abrange má conduta e não divergências em política monetária.

Vale ressaltar que nenhum presidente conseguiu demitir um chair do Fed até hoje. A Suprema Corte está avaliando questões sobre a demissão de dirigentes de agências independentes, o que pode afetar futuros casos no Fed.

Investidores veem a possível demissão de Powell como um risco de perda de confiança nas decisões do Fed, o que geraria preocupações sobre a eficiência de eventuais cortes nas taxas de juros.

A senadora Elizabeth Warren previu que, se Powell for demitido, "os mercados dos EUA vão desabar". Apesar da pressão, aliados de Trump afirmam que ele tem agido com cautela, evitando decisões precipitadas.

O governo planeja iniciar entrevistas para a sucessão de Powell em outubro, com nomes como Kevin Warsh sendo cotados.