Pravda: entenda como rede que ‘contamina’ a inteligência artificial com desinformação tem ligação com russos
Pesquisa revela que chatbots de IA ocidentais estão disseminando propaganda russa sem perceber. A rede de desinformação "Pravda" se aproveita da inteligência artificial para amplificar suas narrativas em escala global.
Pesquisa da NewsGuard revela que a maioria dos chatbots ocidentais de inteligência artificial (IA) dissemina propaganda russa sem perceber. A rede de desinformação, chamada Pravda, está manipulando respostas de chatbots, injetando informações enganosas.
Em 2024, a Pravda publicou 3,6 milhões de artigos para ampliar a influência de Moscou. John Mark Dougan, propagandista pró-Rússia, afirmou em palestra que essa estratégia pode mudar a IA global.
Uma auditoria da NewsGuard revelou que 10 chatbots repetiram narrativas falsas da Pravda em 33% das vezes; sete citaram a Pravda como fonte confiável. A NewsGuard confirma relatório do American Sunlight Project sobre manipulação de modelos de IA.
Recentemente, veículos da mídia informaram que o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, ordenou a suspensão de operações cibernéticas contra a Rússia, parte de uma reavaliação das ações dos EUA. A pausa é incerta e ocorre enquanto o presidente Donald Trump busca encerrar a guerra na Ucrânia, após confronto verbal com Volodymyr Zelensky.
A rede Pravda, criada em 2022, se expandiu para 49 países e dezenas de idiomas. Produzindo conteúdo pró-Rússia, amplifica alegações falsas, como laboratórios secretos de armas biológicas na Ucrânia. A Pravda não cria conteúdo original, mas combina informações de fontes russas e influenciadores do Kremlin.
No estudo da NewsGuard, chatbots como ChatGPT-4, Smart Assistant, Grok, e outros repetiram desinformações da Pravda. Postagens nas redes sociais afirmando que Zelensky proibiu a Truth Social foram desmentidas pela AFP.
Quando questionados sobre essa proibição, seis chatbots trataram a narrativa falsa como fato, citando artigos da Pravda. Além disso, repetiram versões falsas promovidas por John Mark Dougan, ex-oficial da Marinha agora exilado na Rússia, que comanda sites de propaganda pró-Rússia.