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Preço do café pode baixar, mas não por causa de Trump; setores de carnes e sucos miram a Ásia

Com a imposição de uma sobretaxa de 50% pelo governo dos EUA, setores agropecuários brasileiros enfrentam incertezas na exportação. Especialistas acreditam que, a curto prazo, isso pode aumentar a oferta interna e reduzir preços, mas as dinâmicas variam entre os produtos.

Exportações brasileiras para os EUA enfrentam desafios

O Brasil é um dos principais fornecedores de commodities, como café, carnes e suco de laranja, que vêm apresentando aumento de preços.

Segundo o IBGE, nos últimos 12 meses, café moído teve inflação de 77,88%, carnes subiram 23,63% e suco de frutas, 7,95%.

A partir de 1º de agosto, uma sobretaxa de 50% do governo Trump aos produtos brasileiros preocupa os consumidores. Economistas avaliam que o excesso de produção pode ser redirecionado ao mercado interno, podendo fazer os preços caírem.

Pavel Cardoso, da Abic, prevê que os preços do café devem cair devido a uma safra recorde, mas não por conta da sobretaxa. O Brasil responde por 65% da produção mundial de café.

No setor de carnes, apenas 12% das exportações vão para os EUA. O Brasil consome 70% da própria produção. Segundo Roberto Perosa, da Abiec, os EUA dependem do Brasil para 20% de sua carne.

Para o setor de sucos, a situação é crítica: 95% da produção é exportada, com os EUA absorvendo 42% disso. Uma sobretaxa tornaria inviável a venda, alerta Ibiapaba Netto, da CitrusBR.

Economistas como André Braz e André Perfeito veem oportunidades para o Brasil estabelecer novas parcerias. Contudo, Maria Andréia Lameiras e Ladislau Dowbor destacam que a menor venda aos EUA pode afetar a economia brasileira e a volatilidade do câmbio.

Apesar das dificuldades, a trajetória histórica de consumo de café e a adaptação de mercados tendem a influenciar o cenário futuro do Brasil nas exportações.

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