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Preços de “porta de fábrica” em junho têm mais forte queda em dois anos, diz IBGE

Queda consecutiva do Índice de Preços ao Produtor reflete impacto do câmbio e aumento da oferta no mercado interno. Especialistas apontam possibilidade de repasse da deflação aos preços finais dos alimentos.

Índice de Preços ao Produtor (IPP) apresenta queda de 1,25% em junho, após recuo de 1,21% em maio. Essa é a quinta queda consecutiva e o mais forte recuo desde junho de 2023.

Fatores como dólar mais fraco e melhor oferta de segmentos como aves contribuíram para o resultado, segundo Murilo Alvim, pesquisador do IBGE.

O câmbio influencia diretamente o IPP, já que commodities e insumos importados ficam mais baratos com a cotação do dólar reduzida. De janeiro a junho, a moeda americana caiu cerca de 9%.

Os setores mais impactados foram alimentos (queda de -3,43%) e refino de petróleo (-2,53%), que juntos representam 34%% do IPP.

O setor de alimentos, por si só, teve influência de -0,88 p.p. na variação total do IPP de junho. A gripe aviária resultou em aumento da oferta interna, após a suspensão de exportações.

Apesar de questões como o “tarifaço” do presidente americano Donald Trump, não foi notada influência no deslocamento da produção ao mercado interno, apenas em relação à demanda de aves.

Alvim mostra cautela sobre os efeitos futuros do “tarifaço” no IPP de agosto, não sabendo se haverá migração de mercado ou suspensão da produção.

Entretanto, a evolução do IPP sugere potencial recuo de preços ao consumidor, especialmente em alimentos. O IPCA-15 de julho já aponta recuo de 0,06% nos preços de alimentos, com 0,40%% em alimentação no domicílio.

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