Prejuízo com golpe financeiro subiu a mais de R$ 10 bi ano passado, diz Febraban
Perdas financeiras devido a fraudes crescem em ritmo preocupante, com destaque para o aumento dos golpes envolvendo o Pix. A Febraban e o Ministério da Justiça buscam implementar medidas mais rigorosas para combater esse cenário alarmante.
Golpes financeiros no Brasil aumentam 17% de 2023 a 2024, com perdas passando de R$ 8,6 bilhões para R$ 10,1 bilhões. A informação foi divulgada por Isaac Sidney, presidente da Febraban.
As maiores perdas estão relacionadas a fraudes de cartão de crédito, somando R$ 10 bilhões nos dois anos. Os golpes via Pix também cresceram, acumulando R$ 2,7 bilhões em dois anos e com aumento de 43% nas fraudes em relação a 2023.
Sidney ressaltou a necessidade de marcos legais mais rigorosos para garantir segurança no setor bancário. Ele destacou que o Brasil considera crimes cibernéticos atos como estelionato e clonagem de cartões.
Um levantamento do Ministério da Justiça aponta que 36% dos brasileiros foram vítimas de golpes até fevereiro de 2024, com pessoas acima de 60 anos sendo as mais afetadas. Os crimes mais comuns incluem:
- Clonagem ou troca de cartões bancários (44%)
- Golpe da falsa central de cartões (32%)
- Pedidos de dinheiro por conhecidos no WhatsApp (31%)
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, informou que as operações contra crimes cibernéticos aumentaram de 300 em 2022 para mais de 1000 em 2024. Ele menciona a migração do crime físico para o digital como um “cangaço digital”.
A Polícia Federal está firmando acordos internacionais para combater essa modalidade de crime, incluindo um pacto com a Europol para compartilhar informações sobre crimes cibernéticos.
O Secretário Nacional de Segurança Pública, Mauro Sarrubbo, enfatizou que a luta contra o crime cibernético deve envolver não só o governo, mas também os bancos e cidadãos. Ele citou o sistema de compartilhamento de informações Tentáculos como uma ferramenta importante na luta contra fraudes.
Sidney criticou aqueles que emprestam informações bancárias para criminosos, recomendando medidas para banir essas práticas do sistema bancário.