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Premiê alemão irrita próprio partido com suspensão de venda de armas a Israel

Friedrich Merz enfrenta crescente oposição e impopularidade em seu governo, após polêmica decisão de suspender vendas de armas para Israel. Críticas surgem de aliados e rivais, refletindo a divisão interna no partido e a pressão pública sobre sua liderança.

Friedrich Merz completa esta semana cem dias como primeiro-ministro da Alemanha, enfrentando um balaço político turbulento.

Merz lida com forte oposição e crescente impopularidade entre os eleitores: apenas 32% estão satisfeitos com seu desempenho e 29% o veem como bom gestor de crises. Simultaneamente, o partido de extrema direita AfD ganha popularidade.

Críticas à sua liderança vêm até de aliados na União Democrata-Cristã (CDU). Recentemente, ele decidiu interromper a venda de armas para Israel, em resposta à pressão sobre a crise humanitária na Faixa de Gaza. Merz afirmou: "Nessas circunstâncias, o governo alemão não autoriza, até novo aviso... exportações de equipamentos militares".

Essa decisão causou controversia dentro da sua própria coalizão e gerou reações de líderes e figuras proeminentes da CDU, destacando a importância histórica da defesa de Israel. O líder da ala jovem da CDU, Johannes Winkel, afirmou que Merz "abdicou dos princípios de seu país".

Merz foi criticado por não consultar sua legenda e, segundo um dirigente anônimo da CDU, se continuar assim, o governo não sobreviverá até o Natal. Em sua defesa, Merz disse: "Não tomei essa decisão sozinho, mas... eu a assumo sozinho".

Politicos e analistas defendem seu direito de agir sem respaldo unânime, lembrando decisões polêmicas de ex-líderes como Angela Merkel. A líder do SPD, Bärbel Bas, defendeu Merz, enquanto o líder da AfD, Tino Chrupalla, criticou sua falta de autoridade.

Além disso, a coalizão de Merz já enfrenta divisões sobre a indicação de uma candidata para a Suprema Corte, evidenciando a instabilidade em sua liderança.

Merz, por sua vez, foi chamado de "bom amigo de Israel" por Binyamin Netanyahu, que sugeriu que o primeiro-ministro cedeu à pressão da opinião pública.

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