Premiê de Portugal cai após Parlamento rejeitar moção de confiança
Primeiro-ministro Luís Montenegro é forçado a renunciar após moção de confiança ser rejeitada. O presidente Marcelo Rebelo de Sousa convoca novas eleições para maio em meio a um cenário político turbulento e acusações éticas.
Queda do governo em Portugal: O primeiro-ministro Luís Montenegro foi destituído após a Assembleia da República rejeitar sua moção de confiança em 11 de abril. O seu governo, do Partido Social Democrata (PSD), durou menos de um ano.
Novas eleições foram convocadas para maio após sua saída, que foi resultado de acusações de conflito de interesses envolvendo a empresa familiar, Spinunviva. Montenegro priorizou uma saída rápida a um processo de investigação prolongado.
Debate político indicou divergências entre os partidos: o PSD aceitou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com limite de 15 dias, proposta rejeitada pelo líder do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos.
Pesquisas eleitorais mostraram Portugal dividido: Montenegro tem 33,5% das intenções de voto, mas em empate técnico com Pedro Nuno, que está com 28,8%. A margem de erro é de quatro pontos.
Montenegro tentou mitigar as acusações retirando sua mulher da sociedade e rompendo o contrato com a Solverde (empresa de cassinos). Contudo, a situação não alterou o cenário político.
Histórico recente de escândalos em Portugal: em 2023, o governo anterior do PS caiu após uma operação policial que encontrou € 75.800 em dinheiro vivo com o ex-chefe de gabinete do premiê António Costa.
Luís de Sousa, cientista político, criticou a falta de instâncias independentes para tratar de questões éticas em Portugal, alertando sobre o surgimento e o fortalecimento de partidos de direita, como o Chega.
Chega também enfrenta problemas éticos com políticos sob investigação, afetando sua popularidade, que caiu para 13,5% nas intenções de voto.