Premiê de Portugal, derrubado por caso Spinumviva, pode ser reeleito
Portugal enfrenta novas eleições após a queda do governo de Luís Montenegro, marcada por polêmicas envolvendo conflitos de interesse relacionados à sua empresa familiar. Com a oposição exigindo responsabilidades, a população se mostra cética sobre a continuidade da coligação de centro-direita, enquanto a taxa de comparecimento nas urnas pode ser afetada pelo desgaste político.
Portugal realiza eleições neste domingo (18.mai.2025), a 3ª vez em pouco mais de 3 anos. O pleito ocorre após a queda do governo minoritário do primeiro-ministro Luís Montenegro (PSD) devido a uma crise política relacionada à sua empresa familiar, a Spinumviva.
A Assembleia da República rejeitou uma moção de confiança apresentada pelo governo em março, levando o presidente Marcelo Rebelo de Sousa a antecipar as eleições.
A crise surgiu em fevereiro, quando reportagens indicaram conflitos de interesse entre a Spinumviva e a posição de Montenegro, que desde 2024 ocupa o cargo de primeiro-ministro. A oposição exigiu explicações sobre a empresa, que tem como clientes o grupo Solverde, prestadora de serviços de cassinos com contratos com o governo.
Uma pesquisa eleitoral aponta que a coligação AD (PSD e CDS-PP) liderada por Montenegro pode ser reeleita com 34%, contra 26% do PS, principal partido de oposição. O Chega (19%) e outros partidos seguem na disputa.
O comparecimento nas urnas pode ser afetado pela fadiga eleitoral, já que em 2022 a taxa foi de 51,42% e em 2024 subiu para 59,84%, o maior número desde 1995.
A primeira suspeita de conflito de interesses surgiu em fevereiro, quando a Spinumviva foi reportada como beneficiando alterações na lei dos solos. Montenegro negou qualquer irregularidade, destacando que transferiu a gestão da empresa para sua família.
Apesar disso, um contrato com a Solverde para serviços de compliance desde 2021 levantou mais suspeitas sobre a relação entre a empresa e o governo.
Montenegro defende a legalidade da transação de cotas de sua empresa e afirmou que seus filhos são os novos controladores. Contudo, a oposição pressiona a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar a situação.
Os desenvolvimentos resultaram na rejeição da moção de confiança do governo, sendo a 2ª vez na história de Portugal que um governo é derrubado dessa forma desde a democracia em 1974.