Premiê de Portugal perde voto de confiança e governo é dissolvido
Rejeição da moção de confiança leva Portugal à iminência de eleições antecipadas. O presidente Marcelo Rebelo de Sousa deverá decidir se convoca novas eleições após a crise política envolvendo o primeiro-ministro Luís Montenegro.
Parlamento de Portugal rejeitou, nesta terça-feira, 11, um voto de confiança do governo de centro-direita do primeiro-ministro, Luís Montenegro, levando a possibilidade de eleições antecipadas.
A Assembleia da República rejeitou a moção com votos contrários de:
- Partido Socialista (PS)
- Chega
- Partido Comunista Português (PCP)
- Bloco de Esquerda
- Partido Animalista (PAN)
- Grupo Livre
Agora, o presidente Marcelo Rebelo de Sousa deve decidir se convoca eleições, já que indicou preferência por isso, com possíveis datas para 11 ou 18 de maio.
Se novas eleições não ocorrerem, os partidos devem formar uma coalizão com maioria suficiente para um novo governo.
Após uma sessão de quase cinco horas, o governo tentou salvar o voto oferecendo apoio ao PS, mas não obteve sucesso. Como parte da estratégia, o governo sugeriu a criação de uma comissão de investigação sobre os vínculos de Montenegro com a empresa familiar Spinumviva, em troca do apoio do PS.
Os socialistas consideraram a proposta do governo "não séria" e a rejeitaram, mantendo seu voto contra. O ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, expressou decepção com a postura do PS, que leva o país a uma crise política.
A crise política começou em fevereiro, com a revelação da empresa Spinumviva, administrada pela esposa e filhos de Montenegro. A empresa recebeu pagamentos de ex-clientes do primeiro-ministro, levando o Ministério Público a abrir uma investigação após denúncia anônima.
Montenegro declarou que, caso haja novas eleições, pretende ser candidato pelo Partido Social Democrata (PSD), mesmo sob investigação do Ministério Público.