Presença de Lula ao lado de Putin enfraquece coerência do Brasil na política internacional
A presença de Lula em Moscou no Dia da Vitória suscita questionamentos sobre a postura do Brasil em relação ao direito internacional. A aproximação com Putin levanta preocupações sobre a coerência da política externa brasileira e seu papel nas democracias liberais.
Gestos na Política Internacional: A presença do presidente Lula em Moscou, durante o Dia da Vitória, destaca a busca de neutralidade do Brasil no conflito Rússia-Ucrânia. Porém, essa postura levanta preocupações sobre a coerência das ações brasileiras.
Desde o início da guerra, o Brasil evita alinhamentos formais, recusando o envio de armas à Ucrânia e se oferecendo como mediador. Em 2023, a situação se complicou após o mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra Vladimir Putin por crimes de guerra.
Lula, ao afirmar que Putin não seria preso caso visitasse o Brasil, questiona compromissos legais do país. Isso contrasta com a imagem de um Brasil defensor de normas internacionais.
A presença em Moscou sugere um afastamento das democracias liberais e aproximação de uma visão revisionista, que pode enfraquecer a posição internacional brasileira. A multipolaridade defendida por Putin alinha-se mais ao nacionalismo do que ao modelo cooperativo que o Brasil historicamente defendeu.
A conjuntura atual oferece a chance de o Brasil propor uma ordem inclusiva baseada em cooperação e regras, mas exige clareza e coerência nas ações. A aproximação com Moscou pode sinalizar suporte a regimes que desrespeitam normas essenciais do direito internacional.
A força da política externa brasileira reside na habilidade de articular interesses e valores. Para manter relevância global, o Brasil deve promover a estabilidade e um comprometimento com a ordem baseada em regras. Na política internacional, os gestos de hoje moldam as oportunidades de amanhã.