Presidente da Aberdeen critica exageros do ESG: “Dissemos que íamos salvar o mundo”
Sir Douglas Flint critica exageros no discurso ESG e aponta riscos jurídicos para gestoras de ativos. Ele defende um enfoque mais pragmático nas questões ambientais, focando nos impactos financeiros reais.
Sir Douglas Flint, presidente cessante da Aberdeen, criticou o setor de investimentos por cometer um “erro monumental” ao exagerar o papel das finanças em causas ambientais, sociais e de governança (ESG).
A declaração ocorreu durante uma conferência na City de Londres. Flint afirmou que muitos gestores utilizam um discurso “ridiculamente extravagante”, mais focado em marketing do que em fundamentos reais.
Ele destacou que isso resultou em riscos jurídicos para as empresas, especialmente nos Estados Unidos, onde ações judiciais contra grandes gestoras de ativos estão aumentando. Por exemplo, a BlackRock enfrenta um processo do Texas e outros estados conservadores.
Desde o discurso anti-ESG impulsionado pela eleição de Donald Trump, gestoras como BlackRock e Vanguard abandonaram iniciativas como a Net Zero Asset Managers, que visava zerar emissões até 2050.
Flint celebrou a “eliminação de siglas” associadas a ações judiciais. Apesar das críticas, investidores institucionais continuam exigindo que gestores considerem os riscos financeiros de eventos climáticos extremos.
A Aberdeen reafirma seu compromisso em combater as mudanças climáticas, mas Flint pede um foco em impactos financeiros objetivos, não em narrativas. “São os nossos clientes que determinam as áreas e o ritmo que seguimos”, concluiu.