Presidente da COP30 alerta sobre efeito dominó nas mudanças climáticas
André Corrêa do Lago destaca a urgência de ação global conjunta para enfrentar os desafios climáticos. A COP30, marcada para novembro de 2025 em Belém, reunirá representantes de mais de 190 países para avaliar os compromissos existentes e buscar novas soluções.
André Corrêa do Lago, presidente da COP30, divulgou uma carta no sábado (10) alertando sobre uma “perigosa tendência” de “efeito dominó” nas mudanças climáticas, defendendo a união internacional para enfrentar desafios ambientais.
O documento foi publicado a 6 meses da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em Belém (PA), em novembro de 2025.
Esta é a 2ª carta de Lago desde sua presidência. Ele destaca “sérios desafios geopolíticos, socioeconômicos e ambientais” e defende o fortalecimento do multilateralismo para combater essas questões.
A COP30 reunirá representantes de mais de 190 países e será uma oportunidade crítica para avaliar ações climáticas e definir novos compromissos.
Lago mencionou a potencial saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, o que pode impactar as discussões na conferência. Os EUA são a maior economia e o 2º maior emissor de gases de efeito estufa.
Na carta, Corrêa do Lago afirmou: “Unidos, podemos reverter a perigosa tendência rumo a colapsos sistêmicos”. Ele enfatizou a importância de conectar questões climáticas ao cotidiano e acelerar a implementação do Acordo de Paris.
O Acordo de Paris, assinado em 2015, tem como meta limitar o aquecimento global a abaixo de 2°C até o final do século, com esforços para limitar a 1,5°C.
Lago pediu uma reflexão sobre como fortalecer a governança global para acelerar a implementação do Acordo de Paris. Apenas 10% dos países apresentaram suas metas climáticas até agora, com um prazo estendido para setembro.
Um estudo da COP29 estima que são necessários US$ 1,3 trilhão até 2035 para ações climáticas, mas os países se comprometeram com apenas US$ 300 bilhões, considerado insuficiente.
O presidente Lula afirmou que o planeta está “farto” de promessas não cumpridas e que a COP30 deve marcar uma posição na implementação de acordos.
O negociador-chefe do Brasil no Brics, Maurício Lyrio, defende uma posição conjunta sobre financiamento climático para a COP30, a ser discutida na reunião do Brics em julho no Rio de Janeiro.