Presidente da Petrobras sugere retorno de política de subsídio do gás de cozinha para consumidor residencial
Magda Chambriard sugere reavaliação da política de subsídios para o gás de cozinha, destacando a necessidade de uma diferenciação nos preços. Governos anteriores enfrentaram críticas por essa prática, que buscava balancear os custos para consumidores residenciais e industriais.
Magda Chambriard, presidente da Petrobras, defendeu a reabertura do debate sobre a política que subsidia o preço do gás de cozinha para botijões de 13 quilos, comuns em residências.
A política de preços diferenciados, criada em 2005 durante o primeiro governo Lula, foi extinta em 2020 pelo governo Bolsonaro.
Em entrevista à agência Eixos, Magda afirmou: "Temos pensado nisso [em preço diferenciado]", mencionando que a desorganização do mercado pode levar à necessidade de uma nova diferenciação.
Ela criticou as margens de lucro nos setores de distribuição e revenda do gás. O governo Lula planeja distribuir botijões gratuitamente para a população de baixa renda.
A extinção da política de preços diferenciados destinava subsídios também a quem tem maior renda, já que os botijões subsidiados eram acessados por diversos consumidores.
Além disso, a Petrobras mantém a maior parte das importações brasileiras, que representam 23% da demanda nacional. A empresa já está praticando preços diferenciados através de leilões.
No leilão de julho, por exemplo, foram vendidos 13% do volume necessário, com ágios de 14% a 136% sobre o preço das refinarias.
A Petrobras declarou que os leilões atendem a demanda das distribuidoras, mas geram um aumento no preço médio do gás. A ANP reportou um aumento de 6% no preço médio entre novembro e julho.
Duas semanas atrás, a Petrobras anunciou estudos para retomar a distribuição de gás, algo que foi abandonado após a venda da Liquigás em 2020.
Magda destacou que o objetivo é capturar parte das margens de lucro do setor: "A margem é enorme, algumas vezes maior do que a margem do pré-sal".