Presidente do BC diz que bancos cobram custo mais elevado em empréstimos para apostadores
Bancos consideram a prática de apostas como fator de risco na concessão de crédito, elevando custos para os apostadores. O Banco Central analisa impactos econômicos e de juros decorrentes do aumento das apostas on-line no Brasil.
Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou em audiência no Senado que os bancos consideram a prática de apostas de clientes ao determinar o risco de crédito e o custo de empréstimos.
A declaração foi feita durante a CPI das Bets, que investiga a influência das apostas on-line nas finanças das famílias e sua possível ligação com organizações criminosas. Galípolo revelou que os bancos já cobram juros mais altos de pessoas que apostam, considerando-as como um risco elevado de inadimplência.
A senadora Soraya Thronicke é a relatora da CPI, instalada em novembro de 2024. Dados do BC indicam que, em 2024, brasileiros gastaram R$ 20 bilhões/mês em apostas on-line e cerca de 24 milhões de pessoas participaram de jogos de azar.
O presidente do BC destacou que a instituição realiza estudos sobre o impacto das apostas na estabilidade financeira e nas políticas de juros do país. Ele observou que uma parte da renda das famílias está sendo desviada para apostas, levantando preocupações sobre a atividade econômica.
Sobre o sigilo do PIX, Galípolo afirmou que não pode compartilhar dados identificáveis de apostadores, pois estão protegidos por legislação. Ele também ressaltou que o Banco Central não possui competência legal para fiscalizar transações de apostas de quota fixa.