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Presidente do Peru dobra o próprio salário em meio a desaprovação superior a 90%

Aumento salarial de Dina Boluarte gera indignação entre peruanos, que a criticam em meio a crise e baixa popularidade. Especialistas e opositores pedem a reversão da medida, destacando prioridades em saúde e educação.

A presidente do Peru, Dina Boluarte, aumentou seu salário em 125%, totalizando pouco mais de US$ 10 mil. Essa medida foi amplamente rejeitada pelos peruanos.

O novo salário da presidente é 31 vezes superior ao salário mínimo no país. A decisão foi anunciada pelo secretário de Economia, Raúl Pérez, durante a reunião semanal de ministros.

Pérez explicou que foi utilizada uma metodologia de comparação com os salários de presidentes de 12 países da América Latina, posicionando o Peru em 11º lugar, à frente apenas da Bolívia.

O salário presidencial não era alterado há mais de 14 anos. Desde 2011, seis presidentes peruanos ganharam em média US$ 4.300. Em 26 de maio, a presidência negou buscar um aumento.

Com índice de desaprovação superior a 90% nos últimos 18 meses, Boluarte teve apenas 2% de aprovação em maio, segundo pesquisa da Ipsos.

As reações à decisão foram rápidas:

  • O congressista Alex Flores criticou Boluarte por aumentar seu salário “enquanto o país desmorona”.
  • A legisladora Ruth Luque pediu a reversão da medida, afirmando que os recursos devem ser destinados à saúde, educação e bem-estar.
  • O ex-ministro da Economia, Luis Miguel Castilla, declarou que a decisão aumenta a frivolidade do governo.

Boluarte, de 63 anos, está sob investigação por supostamente deixar o cargo para realizar uma rinoplastia sem informar o Congresso. Ela também enfrenta um processo por não declarar relógios de luxo utilizados em público.

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