Presidente do Tribunal de MS pagou R$ 894 mil em espécie, mas só sacou R$ 3,3 mil de suas contas
Suspeita de corrupção leva desembargador a ser investigado pela PF por transações em espécie. A defesa não se manifestou, enquanto detalhes da operação revelam movimentações financeiras irregulares.
Suspeitas sobre desembargador de MS
O desembargador Sérgio Fernandes Martins, presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, é alvo de investigações da Polícia Federal por utilizar dinheiro vivo em suas despesas.
A defesa do magistrado não se manifestou ao Estadão. Sérgio Martins foi afastado do cargo na Operação Ultima Ratio em outubro de 2024, mas retornou dois meses depois com autorização do ministro do STF, Cristiano Zanin.
O delegado federal Marcos André Araújo Damato detalhou em nova representação a PF sobre o alto volume de pagamentos em espécie, indicando possíveis práticas ilícitas. A PF apreendeu documentos e planilhas de despesas do desembargador, totalizando R$ 894.338,09 transacionados, sendo a maioria em dinheiro vivo.
Desses, R$ 192.261,07 foram identificados como pagos em dinheiro, além de R$ 143.467,85 em lotéricas, e R$ 96.153,40 pagos por servidores do TJMS com recursos que não condizem com os repasses feitos por Martins.
A PF questionou a origem do dinheiro, e o desembargador alegou que as despesas são custeadas por sua remuneração e doações do pai. Investigadores consideraram essa explicação inconsistente, ressaltando suspeitas sobre a licitude do dinheiro em espécie.