Presidente pode zelar por suas competências constitucionais, diz secretário-executivo da Fazenda sobre embate do IOF com Congresso
Governo busca limitar ações do Congresso enquanto enfrenta dificuldades em ajustes fiscais. Dario Durigan destaca a importância de um equilíbrio entre aumento de receitas e contenção de despesas para o futuro econômico do país.
Secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, declarou que a lei permite ao presidente regulamentar temas por decreto.
Essa afirmação surgiu após o governo acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para anular um projeto do Congresso que derrubou o aumento do IOF.
Durante evento do Citi Brasil em São Paulo, Durigan comentou que o governo busca demarcar limites que o Congresso não deve ultrapassar. Ele ressaltou:
"É uma questão menos econômica e política, e mais jurídica."
Durigan garantiu que o governo está comprometido com a responsabilidade fiscal, equilibrando medidas com a proteção aos mais pobres, como:
- aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda;
- redução de benefícios fiscais.
Reconheceu que o ajuste fiscal não progride como esperado, impactando a meta de superávit primário, que foi reduzida de 0,5% para zero em 2025.
Ele enfatizou a necessidade de revisões das metas, considerando a falta de apoio institucional e o desafio de envolver a opinião pública.
Durigan mencionou a dificuldade em enfrentar resistências dos setores econômicos e destacou:
"O compromisso com a organização das contas públicas é vital."
Sobre as críticas ao governo por priorizar aumento de receitas ao invés de contenção de despesas, ele defendeu uma abordagem equilibrada, afirmando:
"É necessário discutir receita e revisão de gastos públicos."
Finalizou afirmando que a agenda não é necessariamente popular, mas fundamental para o país.