Previ muda seleção de conselheiros e levanta críticas de favorecimento político
Previ altera critérios de seleção para conselheiros, priorizando diversidade e inclusão. O novo edital gera preocupações sobre a transparência e possíveis favorecimentos políticos nas indicações.
Previ realiza seleção para conselheiros em abril, visando indicar candidatos para assembleias de companhias abertas. Alterações nos critérios de seleção geraram preocupações sobre indicações políticas, embora a Previ negue tais práticas.
Márcio Chiumento, diretor de participações, afirmou que não houve indicações políticas nos últimos anos e que o processo de 2025 ainda não foi concluído, portanto, números de inscritos não são públicos.
A Previ, maior fundo de pensão do Brasil com R$ 274 bilhões sob gestão, tem 33 empresas participadas, incluindo Vale e Gerdau. Para a nova safra, serão feitas 63 indicações para conselhos fiscais e administrativos.
O processo de seleção é detalhado em um edital anual e envolve várias etapas, começando pela análise curricular e seleção de perfis adequados. Ex-presidente do IBGC, Henrique Luz, destacam que a seleção de conselheiros evoluiu, com cerca de 25% dos cargos preenchidos por headhunters, contrastando com apenas 2-3% há 10 anos.
As atualizações dos editais desde 2023 incluem a consideração de grupos sub-representados e diversidade. Na última seleção, 56% dos indicados pertenciam a esses grupos.
Dentre as mudanças, o edital de 2024 eliminou o critério de pontuação para formação acadêmica, enquanto em 2025, o foco passou a ser em requisitos mínimos, como graduação e certificações.
Críticos como Nélio Lima, ex-diretor da Previ, consideram o novo formato menos objetivo e mais subjetivo, enquanto a Previ argumenta que isso torna o processo mais eficiente.
Além disso, o aparato de diretores da Previ ocupa atualmente 12 assentos em conselhos de empresas participadas. Indicações de ex-sindicalistas reacenderam críticas sobre favorecimento de perfis específicos.
A relação de João Fukunaga, presidente da Previ, com as regras de nomeação também suscita questionamentos, embora a entidade assegure que indicações anteriores não se beneficiaram de novas regras.