Previ muda seleção de conselheiros e levanta críticas de favorecimento político

A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, inicia seu processo seletivo para conselheiros em abril, com mudanças nos critérios de seleção que preocupam o mercado quanto a possíveis indicações políticas, o que a entidade nega.

Márcio Chiumento, diretor de participações da Previ, afirmou: “Não tivemos nenhuma indicação política nem do governo.” O fundo, o maior do Brasil com R$ 274 bilhões em gestão, fará 63 indicações este ano, a maioria para conselhos fiscais.

O processo de seleção, que ocorre há mais de 20 anos, envolve várias etapas, desde análise curricular até aprovação pelo conselho deliberativo. Recentemente, os critérios foram atualizados para incluir grupos sub-representados, com 56% dos indicados em 2023 pertencendo a essas categorias.

No entanto, mudanças recentes geraram controvérsia. O edital de 2024 eliminou a pontuação por formação acadêmica em áreas preferidas e, a partir de 2025, aboliu o sistema de pontuação, estabelecendo requisitos mínimos em formação, educação continuada e experiência.

Críticos, como o ex-diretor Nélio Lima, veem o novo formato como falta de objetividade e transparência, favorecendo diretores da Previ. Atualmente, muitos destes ocupam diversos assentos em conselhos de companhias como Vale e Gerdau.

Além disso, a indicação de nomes com histórico sindicalista reacendeu críticas de favorecimento. A nomeação de João Fukunaga, presidente da Previ, foi questionada judicialmente, mas foi considerado que ele preenchia os requisitos para o cargo.

Chiumento reafirma que não houve mudanças para facilitar a entrada de profissionais ligados a sindicatos, ressaltando que isso sempre foi uma prática do fundo.