HOME FEEDBACK

“Prévia do PIB” mostra economia ainda aquecida e reforça argumento para Selic elevada

Crescimento da economia é impulsionado por safra recorde de soja, mas analistas alertam para pressão sobre os juros. Expectativas indicam que a alta continuará no primeiro trimestre, mas a desaceleração deve se intensificar ao longo do ano.

A prévia do PIB, divulgada em 19 de junho, indica um aquecimento na economia no primeiro trimestre de 2024, impulsionado pela safra recorde de soja.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) cresceu 0,8% em março e 1,3% no primeiro trimestre em relação ao último trimestre de 2023. Em comparação ao ano anterior, o aumento foi 3,7%.

Analistas observam que esses resultados pressionarão o Banco Central a manter os juros elevados. A altura do IBC-Br superou expectativas do mercado, que era de 0,4%.

Os dados mostram, segundo André Valério, economista do Inter, que a economia brasileira continua aquecida apesar de sinais de arrefecimento.

O crescimento do setor primário (agricultura e pecuária) foi de 1% em março e 19,8% em relação ao ano anterior. A produção de grãos para 2024/2025 é projetada em 330 milhões de toneladas, alta de 11% em comparação ao ciclo anterior.

Excluindo agricultura e pecuária, o índice cresceu 0,7% em relação ao mês anterior. Os segmentos Serviços, Indústria e Impostos também mostraram crescimento.

  • Serviços: 0,7% (trimestre anterior)
  • Indústria: 1,6% (trimestre anterior)
  • Impostos: 0,7% (trimestre anterior)

A expectativa é que o PIB do primeiro trimestre cresça 1,6% e que o PIB de 2025 atinja 2,3%. A taxa de desemprego permanece baixa e os salários reais estão em alta, sustenta a XP.

Valério projeta crescimento de 1% para o PIB do primeiro trimestre, enquanto a Suno Research espera 1,3%. A perspectiva é de que a desaceleração econômica se torne mais evidente ao longo do ano devido à política monetária restritiva.

Valério acredita que o Copom deve manter os juros altos até o fim do ano, com expectativa de desaceleração da economia nos próximos trimestres.

Leia mais em infomoney