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Primeira concessão de florestas desmatadas atrai desconfiança de empresas de crédito de carbono

Baixa adesão de grandes desenvolvedoras de crédito de carbono ao edital de concessão florestal poderá comprometer futuras iniciativas de restauração no Brasil. Desistências são atribuídas a desafios logísticos e falta de flexibilidade do governo paraense.

Desenvolvedoras de Crédito de Carbono não Participam da Concessão de Florestas no Brasil

Algumas das maiores desenvolvedoras de crédito de carbono do Brasil desistiram de participar da primeira concessão de florestas desmatadas, organizada pelo governo do Pará. A participação estava prevista para abertura na B3 nesta sexta-feira (28).

Apenas a Systemica e a BR Carbon enviaram lances. Empresas como Mombak, Carbonext, Ambipar, Future Climate, Biofix e Wildlife Works não participaram, gerando decepção entre os organizadores.

A Re.green e a Geonoma também optaram por não participar, sendo que a última evitou contestações jurídicas.

O edital é crucial para a restauração de florestas em áreas públicas e venda de créditos de carbono a multinacionais. Cada crédito equivale a uma tonelada de carbono.

A área a ser concedida, Unidade de Recuperação Triunfo do Xingu (URTX), possui 10 mil hectares em Altamira, a 150 km da região urbana mais próxima. Desafios logísticos e custos altos são apontados como motivos principais para as desistências.

Estimativas mostram que o vencedor precisará gastar R$ 76 milhões nos primeiros sete anos, recebendo o primeiro faturamento apenas em 2032, que pode alcançar R$ 43 milhões.
A concessão prevê um pagamento anual entre 3% a 6% da receita bruta ao estado.

Desistências levantam preocupações sobre a viabilidade da política pública. Especialistas sugiram que o governo deve ser mais flexível nas exigências. A concorrência baixa pode resultar em pagamentos próximos do mínimo, reduzindo os benefícios para o estado.

Os CEOs da Future Climate e da Systemica alertam sobre desafios operacionais e a falta de previsibilidade nas vendas de créditos, ressaltando a necessidade de revisão das regras do edital.

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