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Primeiro semestre termina com saldo negativo na política e na economia

Desafios econômicos marcam o primeiro semestre de 2025 com dívida crescente e inflação acima da meta, enquanto oportunidades no setor externo oferecem um leve alívio. A instabilidade política e a campanha eleitoral em curso prometem aumentar as tensões no cenário econômico.

Meio ano já se foi, com mais oportunidades perdidas do que conquistas alcançadas. A política é a principal fonte de desencontros, como evidenciado pela recente derrubada do IOF.

Principal problema econômico: o rombo das contas públicas. A dívida bruta alcançou 76,2% do PIB em abril. O compromisso de zerar o déficit é sabotado pelo governo, que recusa cortar despesas e aumenta impostos, enfrentando forte oposição.

A inflação está melhor, mas ainda acima do centro da meta de 3%, prevendo-se 5,3% ao final do ano. O Banco Central elevou os juros a 15% ao ano, o maior nível desde 2006.

Outras fontes de inflação incluem tarifas do presidente Trump, conflitos no Oriente Médio e a atividade econômica superior à capacidade de produção no Brasil.

O crescimento do PIB para 2025 deve ser em torno de 2,5%, abaixo dos 3,4% de 2024, impulsionado pelo setor agro e pela atividade econômica robusta, que mantém o desemprego em baixa.

As contas externas continuam a ter um bom desempenho. A balança comercial aponta um superávit de US$ 74 bilhões e as exportações cresceram 0,5% em comparação com o ano passado, totalizando US$ 156,9 bilhões.

O alto nível dos juros atrai capital estrangeiro de curto prazo, com investimentos diretos estimados em US$ 70 bilhões.

Tensões políticas devem aumentar nos próximos meses, com a campanha eleitoral em andamento. Uma eventual vitória de Lula em 2026 poderia acentuar o descompasso com o Congresso.

Se a oposição já é forte, pode-se imaginar o cenário em 2027, caso as forças de centro-esquerda percam ainda mais votos.

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