PRIO prejudicada, Braskem beneficiada? Como as tarifas de Trump afetam setor na B3
Analistas avaliam que as tarifas de 50% impostas pelos EUA sobre produtos brasileiros podem gerar impactos limitados para o setor de petróleo e gás, mas efeitos indiretos podem pressionar a inflação e as taxas de juros no Brasil. Empresas como PRIO e Braskem estão entre as que podem sentir os efeitos, dependendo da inclusão do petróleo bruto nas medidas comerciais.
Tarifa de 50% dos EUA sobre produtos brasileiros gera debates sobre impactos no setor de petróleo e gás.
No dia 9 de abril, os EUA anunciaram uma tarifa que ainda não tem definição sobre os itens afetados. No entanto, o mercado já avalia as consequências.
De acordo com o Bradesco BBI, a maioria das empresas brasileiras não deve sofrer impactos diretos, exceto a PRIO (PRIO3), que obtém 13% de sua receita do mercado norte-americano. Existe dúvida se o petróleo bruto será incluído.
Se não for incluído, a PRIO pode redirecionar produção para outros mercados, mas com ajustes de preço.
Os efeitos indiretos, como retaliações do Brasil, podem ser mais significativos, com alta de tarifas sobre produtos dos EUA impactando a inflação interna e a curva de juros. Companhias como Cosan (CSAN3) e Vibra (VBBR3) seriam afetadas por essas mudanças.
A XP Investimentos concorda que os efeitos diretos serão limitados. Embora 13% das exportações brasileiras de petróleo vão para os EUA, o setor pode se adaptar, redistribuindo fluxos de exportação com ajustes de preços.
A Petrobras (PETR4) está menos exposta, pois sua principal demanda externa é da China. A Braskem (BRKM5) pode se beneficiar, ganhando espaço no mercado interno, mas precisa ajustar sua cadeia de suprimentos.
Para as distribuidoras de combustíveis, se diesel e gasolina dos EUA forem tarifados, o Brasil pode buscar alternativas, como diesel russo, exigindo reorganização logística.