Prisão de Cristina e brigas internas dos peronistas diluem oposição a Milei

Ex-presidente Cristina Kirchner se manifesta em protesto contra sua prisão domiciliar, afirmando: "Estou aqui, firme e calma."

A voz de Cristina ecoou na praça de Maio, Buenos Aires, em meio a protestos de apoiadores. Sua condenação a seis anos de prisão pela Suprema Corte a inabilita de cargos públicos.

Apesar dos desdobramentos políticos do governo de Javier Milei, a figura de Cristina dominou os noticiários. O peronismo, antes perdido em batalhas internas, agora enfrenta a perspectiva de um fracasso eleitoral sem sua principal liderança.

As eleições legislativas na província de Buenos Aires, em setembro, revelam a fratura no kirchnerismo, com o filho de Cristina, Máximo, lutando para substituir o legado da mãe.

O governador Axel Kicillof, ex-ministro de Cristina, se distanciou dela e agora ocupa uma posição de destaque no Executivo. Para o cientista político Juan Adaro, o peronismo pode usar a situação de Cristina para promover uma narrativa de unidade, mas carece de renovação.

Ainda assim, Cristina promete continuar ativa na política, mesmo afastada por seis anos. Em outubro, as eleições renovarão parte do Senado e da Câmara de Deputados.

O grupo de Milei, A Liberdade Avança, depende de alianças e teme que a divisão no peronismo prejudique candidatos apoiados. O ex-ministro da Economia Sergio Massa busca vitória para evitar o derrotismo interno.

Na capital, Leandro Santoro ficou em segundo lugar nas eleições, enquanto figuras antagônicas ao peronismo, como Guillermo Moreno e Juan Grabois, ganham espaço. O peronismo cordobês, liderado por Juan Schiaretti, tenta crescer em meio a um cenário político fragmentado.

Adaro observa que os diferentes grupos antikirchneristas podem não ter força suficiente para se unir contra Milei.