Procon-SP alertou Bolsonaro sobre desvios no INSS em 2019
Investigações revelam esquema de fraudes que gerou R$ 6,3 bilhões em cobranças indevidas desde 2019. A PF deflagrou a operação "Sem Desconto" para combater os descontos irregulares em aposentadorias e afastou altos funcionários do INSS.
Procon-SP alertou o governo em 2019 sobre 16.000 descontos irregulares em aposentadorias do INSS. As queixas se referiam a descontos ilegais desde 2017.
O número de casos cresceu de 2.269 em 2017 para 7.564 em 2019, segundo levantamento do Metrópoles.
A Polícia Federal identificou que organizações fraudadoras arrecadaram R$ 6,3 bilhões com cobranças indevidas desde 2019, resultando na demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.
No dia 23 de abril de 2025, a PF desencadeou a Operação Sem Desconto, cumprindo 211 mandados de busca e 6 prisões temporárias em várias localidades.
A investigação destacou irregularidades nos descontos de mensalidades associativas sobre aposentadorias e pensões do INSS. Em 2023, a CGU iniciou apurações sobre o aumento de entidades e valores descontados, auditando 29 entidades com ACTs com o INSS.
Foram entrevistados 1.300 aposentados, dos quais a maioria não havia autorizado os descontos. A CGU apontou que 70% das entidades analisadas não apresentaram a documentação necessária.
Seis pessoas foram afastadas, incluindo Alessandro Stefanutto. Durante a operação, a PF apreendeu carros de luxo, dinheiro em espécie, joias e quadros, com valores ainda em levantamento.
A reunião entre a PF, a CGU e o presidente Lula discutiu as medidas adotadas. O governo suspendeu os ACOs com entidades do INSS e orientou aposentados e pensionistas a contestarem descontos indevidos pelo aplicativo “Meu INSS”.