Procuradoria cobra Ministério da Saúde após mortes de indígenas
Autoridades pedem ações urgentes para salvar vidas em Terra Indígena após morte de 11 indígenas. Situação crítica inclui desnutrição e falta de atendimento médico adequado para a população xavante.
DPU (Defensoria Pública da União) e MPF (Ministério Público Federal) em Mato Grosso solicitaram medidas emergenciais ao Ministério da Saúde para enfrentar a crise sanitária na terra indígena Marãiwatsedé.
O ofício foi enviado à SESAI (Secretaria de Saúde Indígena) em 25 de junho de 2025, após a morte de 11 indígenas xavante, incluindo 4 crianças, entre janeiro e maio deste ano.
Segundo a DPU e o MPF, as mortes ocorreram por razões presumivelmente evitáveis, como desnutrição, anemia, apendicite não tratada, falta de transporte e ausência de medicamentos.
A situação na Marãiwatsedé já havia sido denunciada anteriormente, e atualmente, 50 crianças entre 6 meses e 4 anos estão em risco de desnutrição. O censo do IBGE de 2022 indica que a terra abriga 1.160 indígenas, com apenas 46,16% da população tendo acesso a água potável.
O ofício também destaca irregularidades no DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena) Xavante, como:
- Falta de enfermeiros
- Exercício ilegal da profissão
- Instalações inadequadas
- Equipamentos vencidos ou inoperantes
As autoridades foram recomendadas a implementar uma força-tarefa multidisciplinar por, no mínimo, 90 dias, e a criar um comitê de crise com reuniões quinzenais, envolvendo o Ministério da Saúde, o DSEI, a Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) e lideranças indígenas.