Produtores de café se reúnem com Departamento de Estado e pedem para participar da audiência nos EUA
Setor do café brasileiro busca dialogar com autoridades dos EUA para revogar tarifas que prejudicam consumidores. Representantes enfatizam a importância da presença na audiência pública de setembro em Washington.
Representantes do setor de café brasileiro se reuniram virtualmente com funcionários do Departamento de Estado dos EUA na última sexta-feira.
O objetivo foi defender a exclusão do café da tarifa de 50% imposta pelo governo Trump a produtos brasileiros.
A reunião foi o primeiro passo, com pedido de presença na audiência pública em Washington, nos dias 3 e 4 de setembro, como parte do processo da seção 301 da Lei de Comércio dos EUA de 1974.
A discussão, facilitada pelo deputado Evair Vieira de Melo e pela embaixada dos EUA em Brasília, é crucial, já que o setor representa 32% do café consumido nos EUA.
Marcos Matos, diretor da Cecafé, destacou a importância do diálogo e que fará parte da missão da Comissão Nacional da Indústria (CNI) nos EUA.
Cartas foram enviadas a autoridades americanas, incluindo o presidente Trump, antes da reunião.
A embaixada brasileira, chefiada por Maria Luiza Viotti, tem assistido o setor a participar do processo e a cumprir normas necessárias.
Matos disse: “Pediram a nossa presença na audiência para continuar dialogando”. O principal argumento é que a tarifa de Trump afeta o consumidor americano.
Desde o anúncio da tarifa em julho, o preço do café aumentou significativamente, impactando os consumidores nos EUA.
Dados da Associação Nacional do Café dos EUA mostram que o setor gera 2,2 milhões de empregos e fatura US$ 343 bilhões anuais.
Os brasileiros ressaltaram que, para cada dólar de café importado, são gerados 43 dólares na economia americana.
Com cerca de 76% da população americana consumindo café diariamente, os gastos superam US$ 300 milhões em produtos de café, quase US$ 110 bilhões por ano.
O diálogo também abordou a solidez da parceria Brasil-EUA e os desafios de substituir o café brasileiro, com a Colômbia mencionada como impossibilitada de suprir essa demanda.
Matos concluiu que o objetivo é intensificar as negociações e formar grupos de trabalho para avançar na questão.