Produtores de carne dizem que tarifa dos EUA inviabiliza exportação
Exportadores brasileiros enfrentam incertezas após a decisão dos EUA, que pode impactar negativamente o setor. Reuniões de emergência são convocadas para discutir possíveis estratégias de resposta ao novo cenário tarifário.
"O clima é de caos". Um representante dos produtores brasileiros de carne resume a situação após o anúncio de Donald Trump sobre uma tarifa de 50% à carne brasileira.
Os EUA são o segundo maior comprador de carne bovina do Brasil, atrás apenas da China. No primeiro semestre de 2024, as vendas para os EUA dobraram, com um total de 181.477 toneladas exportadas, resultando em uma receita de US$ 1,04 bilhão.
O preço médio da carne é de US$ 5.732 por tonelada. A tarifa adicional representaria um custo de US$ 2.866, elevando o preço a quase US$ 8.600 por tonelada, prejudicando a competitividade.
A Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes) alertou que aumentos tarifários prejudicam o comércio internacional e a segurança alimentar, e reafirmou seu compromisso com o diálogo para evitar impactos negativos.
O governo brasileiro, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, convocou uma reunião de emergência com ministros para discutir a decisão de Trump. Estão presentes os ministros Fernando Haddad, Mauro Vieira e Gleisi Hoffmann, além do vice-presidente Geraldo Alckmin.
Trump aumentou as tarifas de 10% para 50%, afetando drasticamente o setor. Se a situação não mudar, os exportadores estudarão redirecionar as vendas para outros mercados, como China e Emirados Árabes.
A FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) expressou preocupação, alertando sobre os impactos no agronegócio, câmbio e custos de insumos. Defendeu diplomacia firme e ativa para fortalecer as negociações bilaterais e recuperar o equilíbrio nas relações comerciais.