Professor iraniano que vive do lado de Fordow diz que guerra trouxe união ao país
Professor iraniano comenta a fragilidade do cessar-fogo entre Irã e Israel e a continuidade do conflito. Ele expressa a dor e a resistência do povo iraniano diante das consequências da guerra.
Jawad Haidari, professor de ciências da comunicação e tradutor, acredita que o cessar-fogo entre Irã e Israel anunciado por Donald Trump, com ajuda do Qatar, não é sustentável. Ele afirma que “o conflito atual não terminou” e descreve dias difíceis em Qom, próximo à instalação nuclear de Fordow, bombardeada recentemente.
O iraniano, que viveu no Brasil, expressa sua preocupação com a situação: “Ficamos com dor pelas crianças e mulheres”. Seu voo ao Brasil foi suspenso devido à guerra, e amigos o apoiaram com mensagens.
Como muçulmano xiita, Jawad decidiu ficar no Irã por sua família e para superar o conflito: “Os iranianos são corajosos”. Ele menciona a guerra com o Iraque de 1980 a 1988 e questiona: “Fugir e ir pra onde?”
Ele acredita que “na guerra só a união funciona”. Em sua visão, Israel erra ao acreditar que o Irã é semelhante ao Líbano ou Síria. Para ele, o povo iraniano, com mais de 90 milhões de habitantes, se tornou mais unido após os ataques.
Jawad reconhece que o governo iraniano tem falhas, mas critica a lacuna nas opiniões contrárias devido aos bombardeios israelenses. O país conseguiu manter a normalidade durante os conflitos: “Nenhum posto de gasolina parou de funcionar.”
Ele espera visitar o Brasil, seu “segundo país”, após o fim da guerra. O conflito, iniciado em 13 de junho, é o mais grave entre Irã e Israel desde 1979, resultando na morte de aproximadamente 600 iranianos e 28 israelenses, com bombardeios diretos dos EUA em instalações nucleares.
A primeira ofensiva israelense eliminou altos comandantes iranianos, trazendo ainda mais tensão à situação.