Projeções de inflação do Brasil caem, mas cenário tem desafios e não é tranquilo, dizem analistas
Expectativas de inflação para 2025 apresentam queda, mas ainda ficam acima da meta do Banco Central. Economistas apontam fatores como a desvalorização do dólar e a diminuição dos preços dos produtos agropecuários como influências principais.
Projeções para a inflação em 2025 no Brasil estão em trajetória de queda, refletindo a baixa do dólar e a redução de preços em produtos agropecuários.
No boletim Focus do Banco Central, a mediana das previsões para o IPCA de 2023 caiu de 5,5% em maio para 5,07% em agosto.
Apesar da melhora nas expectativas, o índice ainda está acima do teto da meta de inflação, que é 4,5%. O economista Fábio Romão, da 4intelligence, destaca que, embora haja sinais de desaceleração, ainda existem riscos, como o aumento nas contas de luz e a demanda por serviços.
Para conter a inflação, o BC elevou a taxa Selic para 15% ao ano.
Romão projeta um IPCA de 5,2% em 2025, uma queda em relação à estimativa anterior de 5,5%. Entre os fatores para essa redução estão:
- Baixa nos preços de produtos agropecuários, devido a melhores condições de safra.
- Recuo nos preços da carne de frango e bovina após registro de gripe aviária.
- Dólar mais baixo, caindo cerca de 12% no ano, ajudando a aliviarem bens industriais.
O economista André Braz, do FGV Ibre, prevê um IPCA de 4,8% para o final do ano, citando redução na pressão cambial e queda nos preços de insumos. No entanto, ele alerta para incertezas devido a potenciais mudanças nas tarifas do governo Donald Trump.
O economista Leonardo Costa, do Asa, trabalha com uma projeção de 4,9% para a inflação em 2025, ressaltando a elevada incerteza da guerra comercial que pode afetar o cenário inflacionário.
Até junho, o IPCA acumulou alta de 5,35% nos 12 meses, ultrapassando o teto da meta, o que representa o primeiro estouro desde a implementação do novo modelo em janeiro.
O IBGE divulgará o IPCA de julho na terça-feira (12).