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Projeto eólico do Brasil reativa questão de disputa territorial com Uruguai

Disputa territorial entre Brasil e Uruguai ganha novos contornos com a construção de parque eólico. O Uruguai questiona a soberania brasileira sobre a área e pede retomada de negociações bilaterais.

Construção de parque eólico no Rio Grande do Sul gera disputa territorial com o Uruguai.

A instalação da Eletrobras em Santana do Livramento, em um terreno de cerca de 8.000 hectares, reacende um conflito de 90 anos. O projeto, que começou em 2022 com investimento de R$ 2,4 bilhões, já opera comercialmente.

O Uruguai não foi informado sobre o início das obras e, por meio de nota, pediu reavaliação da questão fronteiriça. O Ministério de Relações Exteriores uruguaio afirmou que a construção "é desconhecida pelo atual governo" e não reconhece a soberania do Brasil na área.

O Itamaraty confirmou o recebimento da nota, mas afirmou que tratará o assunto por canais bilaterais. A Eletrobras declarou que não se manifestará.

A área contestada compreende 22 mil hectares e forma um triângulo na fronteira com a Rivera. A disputa remonta a 1934, quando o Uruguai solicitou a reavaliação da posse, argumentando erro na identificação da fronteira.

O Brasil, por outro lado, mantém que a demarcação estabelecida em 1850 está correta, estranhando a contestação tardia do Uruguai.

A vila Thomaz Albornoz, criada em 1985, abriga moradores que se sentem uruguaios e reclamam do descaso brasileiro em infraestrutura. Em 2011, um projeto de parque eólico na região ignorou a área contestada.

Atualmente, a Eletrobras opera o Complexo Eólico Cerro Chato em Santana do Livramento, com 72 aerogeradores e capacidade instalada de 302,4 MW, suficiente para atender 1,5 milhão de consumidores.

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