Promessas verdes, realidades cinzentas: o que esperar da COP30?
Brasil se prepara para sediar a COP30 em meio a crises sociais e ambientais. O evento pode se tornar um mero espetáculo, enquanto o país enfrenta a grave realidade de desigualdades e degradação ambiental.
O Brasil sediará a COP30, o maior evento sobre meio ambiente, mas enfrenta contradições graves. A escolha de Belém do Pará como palco é irônica, pois a cidade é bela, mas sofre com falta de saneamento básico, esgoto a céu aberto e lixo.
O estado do Pará continua marcado por desigualdades básicas, como acesso à água tratada. O Brasil quer ser um protagonista climático, mas viola a dignidade humana em áreas que deveriam ser exemplos de resistência ambiental.
Discutir meio ambiente também é discutir direitos humanos, saúde pública e justiça social. No entanto, o Brasil ignora essas pautas, enquanto a Amazônia é saqueada devido a promessas vazias e licenças ambientais flexibilizadas.
A COP30 pode se tornar um teatro global, cheio de discursos sem impacto real, enquanto comunidades enfrentam inundações, secas e desnutrição.
O Brasil precisa de um choque de realidade. Não adianta projetar uma imagem verde enquanto a situação interna é crítica. Ser sede da COP30 deve ser motivo de vergonha, pois nossa maior riqueza ambiental está sendo negligenciada.
Que essa realidade nos mobilize e que o mundo veja o que realmente fazemos com nosso patrimônio ambiental.