Proposta Argentina para Mercosul busca minar bases do bloco
Argentina propõe flexibilização do Mercosul em busca de acordos bilaterais de comércio. A iniciativa do governo Milei enfrenta resistência dos outros membros do bloco, que defendem a manutenção do consenso.
Argentina propõe flexibilização do Mercosul
Em reunião do Mercosul em Buenos Aires, a Argentina apresentou, sem apoio dos parceiros, uma nova proposta de acordos bilaterais de livre-comércio, com foco nos Estados Unidos.
A insatisfação da Argentina ocorre em um momento crítico, com líderes do Brasil, Paraguai e Uruguai, críticos à flexibilização. A proposta é uma continuidade do governo de Javier Milei, que criticou o Mercosul desde o início de sua gestão.
Durante a reunião, a Argentina insistiu na abertura do bloco, mas não apresentou uma proposta concreta para um tratado com os EUA. O secretário de Relações Econômicas, Luis María Kreckler, afirmou que o tema não estava em debate.
Os modelos de flexibilização apresentados incluíam permitir negociações bilaterais após duas reuniões sem consenso no GMC. Contudo, essa proposta seria uma erosão do princípio de consenso que sustenta o Mercosul.
Diplomatas destacam que ações argentinas estão distantes do consenso e que outros Estados-membros não apoiam a flexibilização. O Uruguai, sob a liderança de Yamandú Orsi, pode recuar da ideia de negociações individuais e se alinhar ao Brasil.
Não está claro o interesse dos Estados Unidos em um acordo, embora sinais indicativos do governo de Trump tenham sido contraditórios. A Argentina, ao insistir em sua proposta, pode considerar a saída do Mercosul, o que seria um novo desafio político.
Com a presidência rotativa do bloco, a Argentina tem controle sobre a agenda, mas tem dificultado debates em temas como igualdade de gênero e direitos humanos. O Brasil, ao assumir o controle em breve, pode mudar o foco das discussões.