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Protecionismo no Brasil estrangula produtividade e renda da população

Barreiras comerciais têm dificultado o crescimento econômico do Brasil, que permanece estagnado em termos de produtividade desde os anos 80. Especialistas alertam para a urgência de uma reforma na política comercial, visando integrar o país às cadeias globais e aumentar a competitividade.

O Brasil enfrenta barreiras ao desenvolvimento devido ao seu status como uma das economias mais fechadas do mundo, com participação de apenas 1% no comércio global.

A estagnação econômica teve início na década de 1980, com um aumento do PIB de 7,5% (1950-1980) para 2,5% (a partir de 1981). A baixa produtividade é o fator crucial, com crescimento médio de apenas 0,5% ao ano até 2023.

No setor de máquinas e equipamentos, o Brasil aplica tarifas de até 11,5%, dificultando a modernização das empresas. Fernando Veloso, coautor de um estudo do Centro de Debates de Políticas Públicas (CDPP), destaca a necessidade urgente de uma nova agenda de integração comercial internacional.

A produtividade do trabalhador brasileiro caiu de 46% (anos 1980) para 25,6% em relação aos Estados Unidos, indicando um retrocesso significativo.

As altas de tarifas e barreiras não tarifárias, que afetam 86% das importações, encarecem produtos e limitam a competitividade. Renato da Fonseca descreve o sistema tarifário como uma "colcha de retalhos" e Sandra Rios observa que as grandes empresas se beneficiam de regimes especiais, deixando as pequenas em desvantagem.

Exemplos de produtos afetados incluem o iPhone, que é o segundo mais caro no mundo, e veículos elétricos, cujas tarifas foram aumentadas, contrariando os objetivos de descarbonização.

Embora haja resistência por empresários protegidos, há sinais de descontentamento dentro do setor industrial. Os autores sugerem uma reforma gradual das políticas comerciais, com uma meta de tarifação média de 6% em quatro anos e maior inserção nas cadeias produtivas globais.

Fonseca afirma: "O Brasil tem muita gordura em tarifas para queimar", enfatizando a necessidade de adaptação à realidade do comércio global.

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