Protestos na Indonésia extrapolam causa inicial, e presidente cancela ida à China
Protestos na Indonésia evoluem de oposições a benefícios parlamentares para demandas mais amplas sobre direitos trabalhistas e condições sociais. A escalada dos confrontos e a morte de um mototaxista intensificaram a insatisfação popular e as ações de repressão do governo.
Protestos na Indonésia começaram na segunda-feira (25) contra um benefício residencial para parlamentares e evoluíram para uma luta por melhores condições de vida.
As novas demandas incluem:
- Aumento do salário mínimo
- Fim da repressão à liberdade de expressão
- Combate à violência policial
- Diminuição do custo de vida
Protestos ocorreram em diversas cidades, incluindo Jacarta, Bali, Macaçar, Bandung, Surakarta e Yogyakarta.
A manifestação foi desencadeada pelo anúncio de um auxílio moradia de 50 milhões de rúpias (cerca de R$ 16.500) para parlamentares. O presidente Prabowo Subianto revogou o benefício em resposta aos protestos no domingo (31) e qualificou alguns atos como "traição" e "terrorismo".
Os protestos também resultaram no cancelamento de uma viagem do presidente à China para um encontro da Organização para Cooperação de Xangai.
Manifestações incluíram queima de veículos, destruição de prédios públicos e enfrentamentos com a polícia.
A indignação aumentou após um policial atropelar o mototaxista Affan Kurniawan, de 21 anos, levando o presidente a ordenar uma investigação sobre o incidente.
Protestos resultaram em saques, incluindo à residência da ministra das Finanças, Sri Mulyani Indrawati, e casas de congressistas. Ao menos quatro pessoas morreram em um ataque ao prédio legislativo em Macaçar durante os protestos.