PT bomba nas redes ao imitar estratégia de escândalo da direita
O PT experimenta um renascimento nas redes sociais ao empregar táticas emocionais das campanhas de direita. No entanto, a eficácia desse método a longo prazo levanta questionamentos sobre a sustentação de sua mensagem e princípios.
O PT comemora resultados positivos em sua campanha nas redes sociais, centrada na oposição entre ricos e pobres. Essa mudança energizou a militância e deu um novo tom à comunicação do governo, que estava em crise.
A nova abordagem contrasta com críticas anteriores do PT às big techs e à direita, revelando que o partido, mais do que as plataformas, se adaptou às redes sociais.
A tática utilizada foi a mesma da direita: a via do escândalo. Após a derrubada de um decreto presidencial pelo Congresso, o governo intensificou sua presença nas redes, rotulando parlamentares como "pró-ricos" e promovendo a campanha "Taxação BBB – Bilionários, Bancos e Bets".
Um levantamento da Quaest apontou que 61% de 4 milhões de postagens foram negativas ao Congresso, atingindo 32 milhões de contas a cada hora durante o pico da discussão.
O uso de IA para criar imagens, criticado anteriormente pelo PT, agora foi aceito entusiasticamente. Contudo, essa abordagem é vista como superficial por muitos analistas.
O historiador Rui Tavares sugere que a esquerda deve encontrar formas alternativas de se engajar nas redes sem perder sua essência. Segundo ele, a esquerda é frequentemente mal interpretada quando usa a indignação e o escândalo como meios de captar atenção.
A euforia do PT pode, no entanto, gerar um retorno à visão simplista das redes sociais. Lula frequentemente afirma que as big techs são inimigas, o que pode limitar a capacidade do partido de adaptar sua estratégia a um novo ambiente político digital.