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Punição ao Brics pode levar ao oposto: que países busquem alternativas ao dólar, diz diretor do IIF

A adoção de tarifas secundárias pelos EUA pode gerar instabilidade nas relações comerciais com os países do Brics, incentivando a busca por alternativas ao dólar. Marcello Estevão alerta que essa abordagem punitiva pode fragilizar alianças e afetar o fluxo de investimentos.

Risco de tarifas secundárias dos EUA contra países do Brics é avaliado como real, mas incerto, segundo Marcello Estevão, economista-chefe do IIF.

Em entrevista, ele destaca que ameaças tarifárias podem levar países a buscar alternativas ao dólar, contradizendo políticas de Donald Trump.

Estevão afirma que o Brics é heterogêneo e que a pressão externa pode unir discursos, mas não resolve conflitos internos.

Para o Brasil, manter relação com Washington e reforçar previsibilidade é crucial para atrair investimentos.

Principais pontos da entrevista:

  • Risco de tarifas é incerto e varia por país; Trump sinalizou tarifa adicional de 10% para países do Brics.
  • Tarifas têm propósito extraterritorial, tentando mudar comportamentos em relação à Rússia e podem impactar fortemente outras nações.
  • Medidas poderiam aumentar volatilidade nas regras comerciais, afetando fluxos de investimento.
  • Tarifas elevadas podem resultar em ‘policy whiplash’, deslocando investimentos para países com melhores condições.
  • Ameaças tarifárias podem corroer alianças e fomentar busca de alternativas ao dólar.
  • Governos podem acelerar arranjos de contingência, mas desafios de infraestrutura limitam avanços.
  • Normalização de um comércio mais politizado pode comprometer a liderança dos EUA.

Em suma, há risco real de tarifas secundárias, que são reativas e não programáticas. Para o Brasil, fortalecer laços com os EUA é fundamental para garantir investimentos e evitar sanções.

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