Putin critica EUA, mas frustra pedido de ajuda militar do Irã
Putin reafirma apoio ao Irã em encontro com chanceler, mas não sinaliza assistência militar. Tensão cresce após bombardeios dos EUA e Israel a instalações nucleares iranianas.
Presidente Putin recebeu o chanceler iraniano, Abbas Araghchi, em Moscou nesta segunda (23) e reafirmou apoio ao Irã frente a ataques dos EUA e Israel.
Putin declarou que a “agressão absolutamente não provocada” ao Irã não tem justificativa, sendo seu primeiro comentário sobre o bombardeio das forças dos EUA em 21 de outubro.
Durante o encontro, Putin prometeu pressionar Trump contra a queda do regime iraniano, mas não sinalizou apoio militar ao Irã, o que era esperado pela comitiva de Araghchi.
O pacto estratégico assinado em janeiro entre Rússia e Irã não prevê assistência mútua em caso de agressão, diferentemente de acordos de outras nações, como a Coreia do Norte.
O projeto nuclear do Irã, alvo dos ataques, envolve cooperação com a estatal Rosatom, mas rumores de assistência militar por parte da Rússia são negados por ambos os lados.
Araghchi entregou uma carta do líder do regime, ayatolá Ali Khamenei, pedindo apoio, mas não recebeu resposta pública de Putin.
A queda da teocracia iria prejudicar a influência da Rússia no Oriente Médio, que já viu a perda de apoio em países como a Síria. A situação se agrava com a invasão da Ucrânia.
Putin, contudo, não deseja causar atritos com Trump, que iniciou diálogos diretos com a Rússia. Recentemente, o presidente russo comentou sobre a proposta de Trump de matar Khamenei e tentou se oferecer como mediador.
Antes do conflito, a Rússia se ofereceu para ser a guardiã do urânio enriquecido do Irã, mas o bombardeio de Israel complicou ainda mais as negociações.