Putin e Macron voltam a se falar após quase três anos
Líderes russo e francês dialogam após quase três anos, destacando divergências sobre a Ucrânia e situações no Oriente Médio. Conversa sinaliza uma possível reaproximação diplomática entre Moscou e Paris, apesar das tensões históricas.
Vladimir Putin e Emmanuel Macron se falaram nesta terça-feira (1º) após quase três anos de hiato. A conversa durou mais de duas horas e ambos concordaram em discordar sobre a Guerra da Ucrânia.
Importante notar que nem o Kremlin nem o Palácio Eliseu informaram quem iniciou a ligação, sugerindo uma acomodação diplomática.
Durante a conversa:
- Macron reiterou a importância da integridade territorial ucraniana e pediu um cessar-fogo.
- Putin criticou a posição europeia sobre o conflito, afirmando que as negociações de paz devem refletir a realidade do campo de batalha.
Essa troca aconteceu no dia em que Moscou anunciou a tomada de controle de uma das quatro regiões anexadas ilegalmente por Putin.
No tocante ao Oriente Médio, Putin e Macron sincronizaram seus discursos sobre o programa nuclear iraniano. Ambos concordaram em afirmar que o Irã tem direito a um programa pacífico, mas que deve cumprir suas obrigações com a AIEA.
O emprego calculado das palavras pode indicar que o mal-estar entre os líderes está se dissipando ou entrando em uma nova fase.
Antes da guerra, Macron viajou a Moscou para tentar dissuadir Putin, mas posteriormente assumiu uma postura mais belicista, defendendo apoio europeu à Ucrânia, mesmo com a possibilidade de Donald Trump voltar ao poder nos EUA.
Além disso, o presidente americano facilitou tratativas entre russos e ucranianos, embora apenas para trocas de prisioneiros.
No último ano, houve tensões entre Macron e Putin, especialmente quando Macron cogitou enviar forças de paz à Ucrânia e doou caças à Kiev, o que levou Putin a alertar sobre um potencial conflito direto com a OTAN.
Após essas conversas, a situação resta a avaliar, dado o delicado equilíbrio de forças e a sempre presente possibilidade de novas mudanças na política americana.