Putin endurece leis contra opositores do governo russo
Medidas visam silenciar a oposição e fortalecer o controle do Kremlin sobre a informação e a liberdade de expressão. Novas leis incluem penas severas para críticas ao governo e atividades ligadas a organizações internacionais.
Vladimir Putin assinou novas leis que aumentam a repressão a críticos do governo e da Guerra da Ucrânia nesta segunda-feira (21).
A legislação tipifica como crime desacreditar o Exército ou pedir sanções contra a Rússia. Também proíbe ajudar a aplicar decisões de organizações internacionais não reconhecidas por Moscou, como o Tribunal Penal Internacional (TPI), que emitiu um mandado de prisão contra Putin.
As novas regras atingem quem atua "em nome de terceiros" ou com fins lucrativos. Essa medida é parte da ofensiva de Moscou contra a oposição e a liberdade de expressão desde o início da guerra.
Outra lei proíbe os chamados "agentes estrangeiros" de organizar atividades educativas ou integrar conselhos de administração de empresas estatais. A Rússia já havia aprovado uma lei sobre isso em 2012, mas as regras foram recentemente endurecidas, abrangendo cerca de mil indivíduos e organizações.
O desdobramento dessas leis inclui o confisco de bens para condenados pelas novas acusações. Na última terça-feira (15), quatro jornalistas foram condenados a 5 anos e meio de prisão por supostamente trabalharem para a organização de Alexei Navalni, morto em 2024.
Os profissionais negam as acusações de pertencimento a um grupo extremista, enquanto os promotores alegam que criaram conteúdos para o canal da Fundação Anticorrupção de Navalni, considerada ilegal na Rússia.