Qual impacto da federação União-PP para o Congresso e as eleições 2026? Especialistas avaliam
Federação entre União Brasil e PP promete aumentar a influência no Congresso, mas analistas alertam para desafios na convergência de interesses regionais. A união busca fortalecer bancadas e garantir recursos, sem foco imediato nas eleições presidenciais de 2026.
Federação União Brasil e PP foi formalizada, criando a maior força no Congresso com 109 deputados e 14 senadores.
A união supera o PL de Jair Bolsonaro, que possui 92 deputados. Em recursos, as legendas têm um fundo partidário quase bilionário de R$ 954 milhões, além de seis governadores e 1.343 prefeitos.
Quatro ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva estão nas siglas. Até dezembro, a presidência será compartilhada entre Ciro Nogueira (PP) e Antonio Rueda (União), ambos críticos à gestão petista.
Segundo Fábio Zambeli, essa federação busca escapar de cláusulas de barreira e demonstrar força simbólica: "Não se trata de uma fusão". As siglas não podem se enfrentar em eleições majoritárias e terão que unir votos nas eleições proporcionais.
A federação defende a redução do papel do Estado e propõe um "choque de prosperidade". Zambeli afirma que a união fortalece a coesão nas agendas do Congresso. Mayra Goulart acredita que isso pode aumentar o poder de barganha nas emendas parlamentares.
No cenário para 2026, pouco impacto na eleição presidencial é esperado, já que ambos os partidos não têm candidatos competitivos. O foco será aumentar a bancada no Congresso e o acesso aos fundos eleitorais, prometendo um ciclo de mais financiamento e eleição de deputados.
Articular interesses regionais será um desafio, pois, segundo Zambeli, “os interesses diferentes tendem a prevalecer” dificultando uma coesão real entre os partidos. Goulart reforça que, historicamente, União e PP são siglas que buscam autonomia para prioridades locais.