Qual o impacto para a América Latina do novo imposto sobre transferências bancárias aprovado nos EUA

Remessas de migrantes na América Latina: representam o sustento de muitas famílias. Segundo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), 80% dos migrantes latino-americanos enviam dinheiro para seus países, cobrindo despesas como alimentação e educação.

Em 2024, o total das remessas chegou a aproximadamente US$ 160 bilhões, com os Estados Unidos como principal fonte. Um novo imposto de 1% sobre transferências em espécie foi aprovado, reduzido de 5% durante as negociações no Congresso americano, e entrará em vigor em janeiro de 2026.

Embora o imposto diminua os recursos das famílias, especialistas afirmam que seu impacto macroeconômico será mínimo para países que dependem dessas remessas, como El Salvador, Honduras e Guatemala, onde as transferências correspondem a até 27,6% do PIB.

O México é o principal receptor, obtendo US$ 65 bilhões, enquanto a Nicarágua e Honduras também apresentam alta dependência das remessas. A República Dominicana e Colômbia enfrentarão perdas significativas com o novo imposto, embora a maioria das remessas para o México seja enviada eletronicamente, evitando essa taxa.

Especialistas sugerem que há alternativas para contornar o imposto, como o uso de transferências eletrônicas ou ajuda de cidadãos americanos. Contudo, a ameaça de uma possível evasão do imposto ou a desaceleração nas remessas permanece.

A medida foi inicialmente proposta pela administração Trump e pode refletir um esforço para desestimular a migração. Apesar dos desafios, é esperado que os migrantes continuem enviando dinheiro para suas famílias, reconhecendo a importância dessas transferências para a sobrevivência de muitos.