Qual o peso da delação de Mauro Cid na denúncia contra Bolsonaro?
O STF avalia a denúncia que acusa Bolsonaro e aliados de tentarem um golpe após as eleições de 2022. A defesa do ex-presidente questiona a validade da delação de Mauro Cid, citando coação durante o processo.
Supremo Tribunal Federal (STF) decide se aceita denúncia contra Jair Bolsonaro (PL) e aliados por suposto golpe de Estado após eleições de 2022.
A defesa de Bolsonaro apresentou resposta à Procuradoria-Geral da República (PGR), mantendo as acusações de organização criminosa armada, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, além de crimes relacionados aos ataques de 8 de janeiro de 2023.
Bolsonaro nega as acusações e questiona a validade da delação do tenente-coronel Mauro Cid, alegando coerção em sua colaboração. Cid é investigado por desvio de joias e se declarou como colaborador sob pressão.
A defesa de Bolsonaro e outros denunciados criticam a delação, similar às contestações da Lava Jato, onde se alegava que delações eram obtidas sob coercitividade.
As denúncias da PGR incluem 34 acusados e são sustentadas por relatórios da Polícia Federal, depoimentos de militares e evidências de comunicações entre os envolvidos. Cid alegou que Bolsonaro tentava se manter no poder, mesmo após a derrota, com planos de uma minuta de decreto de estado de defesa.
Juristas têm opiniões divergentes sobre a relevância da delação de Cid. Para alguns, a denúncia se sustenta independentemente dela, enquanto outros consideram que a anulação da delação poderia comprometer as acusações.
Gilmar Mendes, ministro do STF, afirma que embora a delação seja importante, está lastreada em fatos.
O acordo de Cid enfrentou turbulências, incluindo novas prisões e questionamentos sobre a legalidade de sua colaboração. A defesa de Bolsonaro argumenta que o processo foi viciado e que Cid foi coagido.
Juristas pedem uma regulamentação da delação premiada para evitar abusos, enquanto o debate sobre sua utilização e validade continua entre as partes envolvidas.