Qual o tamanho da fortuna da Igreja Católica e de onde vem a riqueza
Após a morte do papa Francisco, a Igreja Católica revela aspectos de sua fortuna, que se estima na casa de bilhões de euros. Transparência e gestão dos seus ativos financeiros tornam-se temas centrais em um cenário de crescente escrutínio público.
Sigilo sobre as finanças da Igreja Católica tem gerado especulações sobre a magnitude de seu patrimônio. Desde o início do pontificado do papa Francisco, falecido em 21 de abril, esforços foram feitos para aumentar a transparência financeira da Santa Sé.
Em 2021, a Igreja divulgou pela primeira vez o balanço financeiro da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica (Apsa). Em 2023, a Igreja reportou lucro de 45,9 milhões de euros (R$ 294,8 milhões) e um aumento de ativos de 7,9 milhões de euros (R$ 50,7 milhões).
O patrimônio líquido não foi publicado, mas estima-se em 886 milhões de euros (R$ 5,69 bilhões), excluindo imóveis e bens. A gestão de mais de 5 mil imóveis gera uma receita operacional de 73,6 milhões de euros (R$ 477,2 milhões) por ano.
A origem da fortuna da Igreja remonta ao século IV, impulsionada por doações após o catolicismo se tornar a religião oficial do Império Romano. Historicamente, os bens da Igreja foram acumulados através de doações em troca de influência política e social.
A Cidade do Vaticano é um centro de poder sustentado por doações de dioceses e turismo, incluindo o Museu do Vaticano e a Capela Sistina. O estado também recebeu uma doação significativa do ditador Benito Mussolini em 1929.
Números financeiros da Igreja são frequentemente considerados subnotificados, com estimativas indicando ativos em torno de 4 bilhões de dólares (R$ 25,69 bilhões). Apesar do declínio de fiéis nos países desenvolvidos, países como Alemanha e Estados Unidos apresentam grandes receitas através de impostos e doações. Na Alemanha, por exemplo, o imposto eclesiástico gerou 6,51 bilhões de euros (R$ 41,75 bilhões) em 2023.
O Brasil também possui um considerável patrimônio, com o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida atraindo cerca de 10 milhões de peregrinos anualmente, gerando receita significativa. Em contrapartida, na França, o patrimônio cultural da Igreja, como a Catedral de Notre-Dame, é monumental, recebendo milhões de visitantes.
O papa Francisco enfatizou a *transparência financeira* e a importância da humildade em suas declarações, ressaltando que “o dinheiro é sempre traidor”. Conforme o declínio nos números de fiéis, a Igreja enfrenta desafios significativos em sua sustentabilidade financeira.