Qual o tamanho da fortuna da Igreja Católica e de onde vem a riqueza
Transparência nas finanças da Igreja Católica cresce sob papa Francisco, que buscou revelar cifras antes mantidas em segredo. Especialistas estimam que o patrimônio da instituição ultrapassa a marca multibilionária, envolvendo imóveis, doações e investimentos.
O patrimônio da Igreja Católica é um mistério que suscitou diversas especulações sobre sua magnitude ao longo dos séculos. Com o falecimento do papa Francisco em 21 de abril, a Igreja tomou medidas para aumentar a transparência financeira. Em 2021, foi revelado o primeiro balanço financeiro público da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica (Apsa), referente a 2020, com lucros de 45,9 milhões de euros (R$ 294,8 milhões).
O patrimônio líquido é estimado em 886 milhões de euros (R$ 5,69 bilhões), sem incluir imóveis e outros bens. A gestão de 5 mil imóveis gera uma receita operacional de 73,6 milhões de euros (R$ 477,2 milhões). Contudo, as finanças da Igreja são descentralizadas, tornando sua avaliação total complexa e, segundo especialistas, multibilionária.
A origem da fortuna da Igreja remonta ao século 4, com o imperador Constantino, que oficializou o catolicismo e possibilitou acumulações de riqueza. Historicamente, a Igreja se tornou uma das maiores proprietárias de terras do mundo, com propriedades no tamanho do Estado do Pará.
O Cidade do Vaticano é governado como uma monarquia absoluta pelo papa. Receitas são provenientes de doações, turismo e da tributação dos católicos, especialmente da Alemanha, que arrecada cerca de 6,51 bilhões de euros anualmente com o kirchensteuer.
Nos Estados Unidos, a Igreja também possui vasto patrimônio, arrecadando aproximadamente 10 bilhões de dólares (R$ 56,7 bilhões) anualmente, mesmo sem um imposto eclesiástico obrigatório. No Brasil, apesar da falta de dados financeiros consolidados, o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida é um centro de grandes arrecadações, recebendo 10 milhões de peregrinos ao ano.
A transparência financeira é uma questão debatida, especialmente após crises de imagem na Igreja. O papa Francisco destacou que o foco deve ser na falta de clareza na gestão dos recursos e defendeu que a pobreza espiritual é fundamental no cristianismo.