Qualidade da água dos rios da Mata Atlântica registra piora em 2024, aponta relatório

Pesquisa da Fundação SOS Mata Atlântica divulgada em 21 de setembro de 2024 revela piora na qualidade das águas em 112 rios em 14 estados da Mata Atlântica.

A pesquisa, que contou com a ajuda de voluntários, analisou 145 pontos de coleta e mostrou:

• 7,6% dos pontos com qualidade boa
• 13,8% classificados como ruins
• 3,4% com classificação péssima
• 75,2% com qualidade regular.

A classificação péssima foi constatada no rio Pinheiros em São Paulo. O rio Tietê também foi considerado ruim.

O levantamento indicou uma queda de 1,8% nos pontos regulares em relação a 2023. Não houve registros de qualidade ótima. A pesquisa adotou o Índice de Qualidade da Água (IQA), que reflete as condições de abastecimento e a saúde aquática.

Os dados evidenciam a poluição crítica dos rios, como o Pinheiros, que sofre com ocupação intensa e despejo de esgoto há décadas.

Soluções inovadoras estão sendo implementadas, como no Parque da Fonte Peabiru em São Paulo, onde um sistema de tratamento foi criado por moradores para melhorar a qualidade da água. Este projeto é um exemplo de mobilização que pode resultar em melhorias.

A pesquisa destaca que cerca de 35 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à água potável, e metade da população não tem tratamento de esgoto. Há exemplos de melhoria pontuais em alguns rios, mas a ausência de fiscalização e a expansão urbana desordenada agravam a situação.

De acordo com especialistas, é fundamental a participação da sociedade civil na defesa dos recursos hídricos e na pressão por políticas públicas efetivas. A necessidade de integrar políticas de água, clima e saneamento é urgente, pois o Brasil ainda precisa transformar compromissos em ações concretas.