Quando elas entram no clima
COP30: A luta por justiça climática ganha contornos de gênero e inclusão. A presença de líderes femininas na conferência pode transformar as discussões e políticas ambientais, garantindo vozes historicamente silenciadas.
Faltam menos de 6 meses para a COP30 no Brasil, a maior conferência global sobre mudanças climáticas. O debate sobre a temática está se intensificando entre diversos setores da sociedade.
A COP30 pode destacar a perspectiva de gênero como fundamental para a justiça climática. Três motivos sustentam essa hipótese:
- Impactos das mudanças climáticas: Segundo a ONU Mulheres, 80% das pessoas deslocadas por desastres climáticos são mulheres. No Brasil, mulheres negras enfrentam a maior insegurança alimentar.
- Presença de líderes femininas: A COP30 contará com a participação da CEO Ana Toni, a ministra Sônia Guajajara e Janja da Silva. Essas mulheres garantirão que vozes historicamente silenciadas sejam ouvidas.
- Protagonismo de mulheres empreendedoras: Elas estão inovando em energia renovável e agricultura sustentável, desafiando o modelo extrativista e promovendo a justiça climática.
A justiça climática requer também justiça de gênero, com apoio a políticas públicas que integrem mulheres nas decisões climáticas.
O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, afirmou que a presidência brasileira priorizará o plano de ação de gênero e a participação de partes interessadas nos NDCs e NAPs, o que pode transformar a conferência em um marco ambiental e civilizatório.
Inclusão de mulheres nos espaços decisórios é crucial. A luta contra as mudanças climáticas deve ser política e não apenas técnica.