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Quanta água o ChatGPT 'bebe' para responder sua pergunta? Data centers se multiplicam no Brasil e cientistas tentam estimar impacto

O crescimento explosivo dos data centers no Brasil levanta preocupações sobre o consumo de energia e seu impacto ambiental. Enquanto o setor se expande, a falta de transparência sobre o uso de recursos energéticos agrava o debate sobre sustentabilidade.

Data centers: a “mente” da internet, responsáveis por processar dados das redes sociais, streaming e apostas online, são grandes consumidores de energia.

Esses centros funcionam como computadores gigantes, com uma imensa demanda elétrica, usada tanto pelos servidores quanto pela refrigeração. Atualmente, existem 162 data centers no Brasil, com capacidade de 750MW a 800MW. Para efeito de comparação, esse consumo é equivalente ao de uma cidade de dois milhões de habitantes.

Com o avanço da inteligência artificial, a demanda poderá subir para 17.716 MW até 2038. O ministro da Fazenda mencionou o setor como estratégico para parcerias com os EUA, dado o potencial de energia no Brasil.

Recentemente, um data center de 300 MW foi aprovado no Ceará, atraindo interesse de empresas como a ByteDance, do TikTok. A construção está prevista para 2025 e operará em ciclo fechado na refrigeração, reduzindo o uso de água.

A demanda projetada para 2038 equivaleria à de uma cidade de 43 milhões de habitantes, levantando preocupações sobre o impacto ambiental. Especialistas, como Alex de Vries, alertam para a falta de transparência das empresas sobre o consumo real de energia.

Embora o uso de energia renovável seja um tema em alta, impactos negativos são possíveis, como a poluição sonora causada por turbinas eólicas e conflitos com comunidades locais. Fabro Steibel, do ITS, destaca que o Brasil busca soluções locais e sustentáveis para a infraestrutura de IA.

Um exemplo é o uso de biometano para alimentar data centers, uma inovação proposta em Goiás, visando menor impacto ambiental. A pesquisa continua para entender melhor o consumo de energia nessa nova estrutura.

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